Paulo Twiaschor enfatiza que a inteligência artificial (IA) está redefinindo a forma como a engenharia civil lida com resíduos de obras, um dos maiores desafios ambientais e econômicos do setor. Ao utilizar algoritmos de análise de dados e sistemas preditivos, torna-se possível reduzir desperdícios, otimizar o reaproveitamento de materiais e minimizar impactos ambientais. Essa aplicação tecnológica fortalece a Construção 4.0 e contribui para um modelo de desenvolvimento mais sustentável e competitivo.
O desafio dos resíduos na construção civil
A construção civil é responsável por uma das maiores parcelas de geração de resíduos sólidos urbanos. Restos de concreto, madeira, aço e embalagens frequentemente acabam em aterros, elevando os custos de descarte e aumentando a pressão ambiental sobre as cidades. Esse problema se intensifica quando há falhas de planejamento ou má gestão nos canteiros, resultando em volumes de entulho que poderiam ser evitados.
Nesse cenário, a inteligência artificial surge como ferramenta essencial. Sistemas equipados com sensores e algoritmos conseguem monitorar em tempo real o uso de materiais, identificar desperdícios e propor ajustes imediatos. Segundo Paulo Twiaschor, a capacidade da IA de transformar dados brutos em informações estratégicas permite prever gargalos e corrigi-los antes que gerem prejuízos maiores.
Como a IA otimiza a gestão de resíduos
Com base em dados coletados diretamente dos canteiros, a IA pode indicar quais materiais estão sendo utilizados de forma ineficiente, sugerir alternativas de reaproveitamento e até calcular o volume de resíduos previsto para cada etapa da obra. Esse mapeamento torna o processo mais transparente e facilita o cumprimento de normas ambientais e metas de sustentabilidade.

Adicionalmente, softwares baseados em inteligência artificial são capazes de cruzar informações de projetos com modelos BIM, apontando incompatibilidades que poderiam gerar retrabalho e, consequentemente, mais entulho. Ao eliminar erros antes da execução, a redução de resíduos se torna uma consequência natural. Conforme a análise de Paulo Twiaschor, essa integração tecnológica é um passo essencial para transformar o canteiro em um ambiente inteligente e de baixo impacto.
Benefícios econômicos e ambientais
A gestão inteligente de resíduos não traz apenas ganhos ambientais, mas também financeiros. Com menor desperdício de insumos, os custos de compra de materiais caem significativamente. Da mesma forma, a redução do volume de descarte diminui despesas com transporte e taxas de destinação final.
Do ponto de vista ambiental, a IA contribui para a economia circular ao viabilizar o reaproveitamento de materiais e reduzir a pressão sobre aterros. O resultado é um ciclo de produção mais limpo, alinhado às exigências globais de sustentabilidade. Paulo Twiaschor observa que essa combinação entre economia e responsabilidade ambiental torna a adoção da IA uma estratégia de alto valor agregado para construtoras de todos os portes.
Exemplos de aplicação prática
Projetos internacionais já utilizam inteligência artificial para classificar resíduos em tempo real, separando automaticamente materiais recicláveis de descartes comuns. Em alguns canteiros, câmeras acopladas a sistemas de visão computacional identificam falhas no armazenamento e orientam equipes sobre a forma correta de manipular insumos.
No Brasil, ainda em estágio inicial, empresas de médio e grande porte começam a adotar sistemas digitais para controlar o fluxo de resíduos e cumprir legislações ambientais mais rigorosas. Conforme Paulo Twiaschor, esses primeiros movimentos mostram que a tecnologia já não é tendência distante, mas realidade que deve se expandir rapidamente nos próximos anos.
O futuro da gestão de resíduos com inteligência artificial
O avanço da IA aponta para canteiros cada vez mais autônomos e sustentáveis. A combinação de sensores IoT, aprendizado de máquina e gêmeos digitais permitirá acompanhar todo o ciclo de vida dos materiais, desde a compra até o descarte final. Assim, cada insumo poderá ser rastreado, garantindo transparência, eficiência e conformidade legal.
Esse futuro se conecta diretamente às metas globais de descarbonização e à busca por cidades mais inteligentes. Obras que utilizarem a IA para gerir seus resíduos estarão alinhadas a padrões internacionais de sustentabilidade e terão maior competitividade no mercado. Paulo Twiaschor nota que a inteligência artificial aplicada à gestão de resíduos não é apenas um recurso tecnológico, mas uma ferramenta indispensável para reduzir custos, proteger o meio ambiente e elevar a engenharia civil a um novo patamar de eficiência.
Autor: Dianne Avery